As fases ou ciclos de vida são como elos de uma corrente e estão interligados. Cada fase é caracterizada por alguns comportamentos.
Qual destes elos é mais vulnerável? Eu considero a juventude. Costumo dizer que é a idade das cobranças – internas e externas –, como as dos estudos, de faculdades, emprego, vida pessoal, futuro. São escolhas que, na maioria das vezes, os jovens não estão preparados ou suficientemente maduros para decidir.
Na adolescência, diferentemente da infância, o pensamento é formal e os projetos e sonhos orientam sua existência. No processo depressivo, o sentimento vivenciado pelo adolescente é o de menos valia de seu “EU”. Essa retração se manifesta através da diminuição do interesse pelas atividades diárias, familiares e sociais. Sentem-se em constante fadiga, apáticos, “aéreos” ao meio, vivendo como num universo preto e branco. E, nestes momentos, pode haver os pensamentos de morte, numa tentativa de dar um fim à sua existência.
A maioria dos jovens sob risco de suicídio descrevem três principais características:
Ambivalência: são aqueles que querem viver, mas ao mesmo tempo pensam na morte como solução de seus problemas e de seu sofrimento. A intervenção precoce e o apoio emocional promovem o aumento do desejo de viver e a diminuição do risco de suicídio.
Estreitamento/ Rigidez: é “tudo ou nada”. É a restrição das possibilidades e a morte como única solução dos problemas.
Impulsividade: é quando há a manifestação de pensamentos de morte durante a experiência de alguma situação dolorosa. É transitória, podendo durar minutos ou horas.
Além destas características, eles compartilham sentimentos como a desesperança, o desespero, o desamparo e a depressão.
Os adolescentes e jovens com dor psíquica intensa e comportamentos autodestrutivos necessitam de apoio e ajuda imediatos! Tabus e preconceitos nos induzem ao erro de retardar a busca de uma ajuda profissional.