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  • Foto do escritorDra. Ana

Parte 2 - E se o problema for meu filho?

E se o problema for meu filho?

Com uma prevalência em torno de 5 a 15%, entre crianças em idade escolar, os transtornos específicos da aprendizagem nos domínios acadêmicos da leitura, da escrita, e da matemática, são mais frequentes do que imaginamos. Comprometem, além do rendimento escolar, as atividades profissionais que dependerão de tais habilidades. Significam barreiras que, na maioria das vezes, não podem ser vencidas através da inteligência ou estratégias, exigindo dos acometidos um esforço extraordinário. Percebe-se uma discrepância entre o rendimento apresentado e o potencial intelectual deste indivíduo.

São exemplos destes transtornos: leituras pausadas e hesitantes, dificuldades de soletrar, baixa compreensão de texto, erros ortográficos (omite ou substitui as letras), erros de pontuação, não conseguem expressar suas ideias com clareza, falta de domínio do senso numérico, dificuldades em cálculos e no raciocínio matemático, entre outros.

Se entrássemos numa sala de aula onde estivessem alunos de diferentes idades e séries escolares com baixo rendimento escolar, devido a algum transtorno de aprendizado e fizéssemos a seguinte pergunta: “Quem quer ser o pior da turma, levante sua mão?” Tenho certeza de que não teríamos nenhuma resposta. A ignorância sobre o diagnóstico afeta muitos estudantes fazendo-os se sentirem inferiores e comprometendo sua autoestima. Por vivenciarem frequentes sensações de fracasso escolar, muitas vezes desistem de sonhar com uma vida profissional desejada, por se acharem incompetentes.

Lembro-me de ter atendido um rapaz de 18 anos, que veio até o consultório com excelente vocabulário e com altas habilidades em compreensão e linguagem expressiva. Em todas as provas orais ele tirava nota máxima, porém, fracassava nos testes escritos. Em sua avaliação, confirmou-se “transtorno específico de aprendizagem na linguagem escrita”. Apesar de, na época, ter feito um relatório médico descrevendo suas habilidades orais e as dificuldades identificadas, a faculdade que ele estava prestando o vestibular não o aceitou, interrompendo o sonho de um jovem seguir em frente com seus planos acadêmicos. Infelizmente, já atendi, ao longo de minha vida profissional, muitos pacientes com quadros semelhantes a este.

De origem biológica (fator genético e ambiental), não é incomum, numa entrevista, identificar em uma das figuras parentais, ou em vários membros de uma mesma família, a mesma dificuldade de aprendizagem.

Deixo aqui registrado, para os pais e autoridades educacionais sobre a importância da identificação precoce desses transtornos, a fim de proporcionar intervenções educacionais adequadas, potencializar o aprendizado e prevenir prejuízos emocionais secundários.

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