Educar um filho com TDAH é um grande desafio para os pais e toda a família.
O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento definido por níveis prejudiciais de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade. É um padrão de comportamento presente em todos os ambientes frequentados pela criança. E os sintomas de dispersão, hiperatividade e impulsividade podem ocorrer isoladamente ou de forma combinada causando prejuízos na vida social, familiar e escolar desta criança. Por isto, o ideal seria se ambos os pais participassem de todas as etapas do tratamento que envolvem a escola, o treinamento parental, a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) e o uso de medicamentos. Mas infelizmente a realidade muitas vezes é diferente deste ideal.
Nos meus anos de experiência tratando TDAH, posso afirmar que o maior dilema dos pais é sobre a necessidade do uso dos medicamentos. Muitas vezes ouvi nestes casos, quando não existe um consenso entre os pais, a figura parental que aprova o uso do medicamento dizer que iria dar escondido do outro. Sempre desaconselho esta prática por colocar o filho numa posição desconfortável, onde ele terá que compactuar com um dos pais e mentir para o outro: “não fale para o seu pai sobre o uso do remédio” “quando visitar vovó não deixe ela saber sobre o remédio”. A mensagem passada para a criança é que há algo errado sobre o medicamento. E caso a criança precise usar, ela vai se negar.
A prioridade da família tem que ser ajudar o filho. Se existem dúvidas sobre qualquer etapa do tratamento, os pais devem procurar esclarecimentos juntos, um apoiando ao outro independente dos conflitos que vivem.
Os pais precisam se conscientizar da complexidade do TDAH e seus prejuízos em caso de o tratamento ser ineficaz. Portanto, o tratamento não deve e nem pode ser negligenciado!