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  • Foto do escritorDra. Ana

ESQUIZOFRENIA

É uma doença cerebral, grave, complexa, que altera a percepção, o modo de pensar e de sentir.


Com uma prevalência em torno de 1% da população, a esquizofrenia pode iniciar-se na adolescência, mas é mais frequente entre 20-30 anos. As mulheres tendem a terem quadros mais leves da doença. Apesar da causa ainda não ter sido totalmente esclarecida, há uma forte influência de fatores genéticos, ambientais e cerebrais.


Recentemente foi publicado pela Medscape sobre a descoberta de um novo gene (PCDHA3), que possivelmente melhore a compreensão da vulnerabilidade à esquizofrenia em indivíduos de alto risco. Este estudo foi descrito no periódico Neuron pelo autor Dr Todd Lencz, professor nos Feinstein Institudes for Medical Research, EUA.


A esquizofrenia acarreta prejuízos sociais, cognitivos, pessoais, familiares, acadêmicos e profissionais. Marcada por vários sinais e sintomas positivos e negativos, tem a psicose como seu elemento principal. A psicose é composta por alucinações e delírios. As alucinações são percepções irreais dos sentidos auditivos (ouvir vozes), táteis, olfativos e visuais. E, os delírios são convicções falsas da realidade, de diferentes temas (persecutórios, de grandeza, religioso, somático, de referência (se acha perseguida ou vigiada).


Estes indivíduos também apresentam comportamento motor anormal ou desorganizado com prejuízos nas atividades do cotidiano (agitação, catatonia), desorganização do pensamento com discurso confuso e ideias desconexas.


Entre os sintomas negativos a diminuição do afeto e avolia (ausência de iniciativa, desmotivação) estão especialmente presentes na esquizofrenia. Há pouca expressão das emoções com diminuição da mímica facial, da entonação da fala e um pobre contato visual. O discurso é sem ênfase emocional (alogia).


Também fazem parte do quadro, desinteresse em participar de atividades sociais, déficit de concentração e indiferença.


Além da gravidade, a esquizofrenia é altamente estigmatizada. Estes pacientes quando estão sob efeito de substâncias psicoativas podem apresentar sinais de agressividade, hostilidade com tendências suicidas. Os fatores sociais como abandono familiar, desnutrição, falta de supervisão no uso diário dos medicamentos com abandono do tratamento, pobreza e viver em situação de rua, agravam ainda mais a doença.


A adesão ao tratamento medicamento de uso contínuo é o grande desafio deste transtorno, uma vez que estes pacientes são diagnosticados na juventude e quando há melhora dos sintomas, há uma tendência no abandono das medidas terapêuticas empregadas, o que leva a piora do quadro e grande sofrimento para as famílias.


O diagnóstico e o tratamento precoce podem minimizar ou retardar o agravamento da doença. A reabilitação cognitva e social associados aos medicamentos antipsicóticos tendem a ter resultados positivos no prognóstico.

E por isto, meu conselho aos pacientes e suas famílias é que não desistam. Por mais difícil que pareça, insistam!



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